domingo, 7 de novembro de 2010

Eu sou Zem... "zem" paciência!!!



Estopim curto, bruta, estúpida, irritadinha, nervosinha, "ai, credo!"...
Tudo que eu sou obrigada a escutar só porque reajo merecidamente de forma explosiva, quando ocorrem episódios desagradáveis, que cessam meu estoque de paciência. Tenho depois que usar uma frase, de reconciliação, que inclusive é o título de uma comunidade no Orkut; "Desculpa, é que eu tava nervoso!" (tenho adicionada).
Coisas que me tiram do sério:
Pessoas hiperativas que não conseguem ficar quietas e procuram alguma forma de produzir ruído repetitivo, como se estivessem querendo criar uma versão tosca da ópera de Franz von Suppe, Cavalaria Ligeira (obrigada google).
Os instrumentos também são mais pobres: Os dedos na mesa, o pé na cadeira, a caneta, o que tiver pela frente serve. Geralmente uso um bordão para interromper; "Quanto você quer para parar com isso?". A pessoa faz uma oferta, mas, entende que é no sentido figurado e desconfia. Ufa, que silêncio bom!
Ai! Gente que arrasta o pé quando anda... além de ser deselegante, fica aquele chiado horrível do atrito.
Tira o pé do chããããão! (Sentido literal).
Gente que pergunta durante o filme. Quem é esse ai? O que vai acontecer agora?
(Anta, você também não está assistindo o filme? Presta atenção").
Detesto gente que que fica chamando a atenção no msn.
(Poxa vida, não dá pra esperar um pouquinho? ).
Corrente de email... p@#$%#e@#!!!!!!!!!!!
Gente que conversa pegando na gente, dá um tapa nas costas e diz; "meninaaa.....você não sabe...", segura o braço pra olhar nos olhos da gente; " aí,o quê que aconteceu...."
(Hei, "SEM CONTATOS FÍSICOS"!!!).
Vícios de linguagem. Esses são campeões!
A repetição contínua, sem necessidade e irritante das palavras. Tipo:
Aí né, eu entrei né, e fiquei lá. Depois né, ela chegou né...
(Chato né?).
Eu estava lá entende, na minha entende, sem ofender ninguém entende...
(Não, não entendo).
Aí, eu já perdi a paciência né? Aí, eu deixo a pessoa sozinha né? Que ninguém merece né?
Outra coisa irritante é quando a pessoa formula uma pergunta e depois responde, ao invés de simplesmente expor uma afirmação:
O que eu quero dizer com isso?
Quero dizer que esse tipo de pessoa cansa.
Como assim cansa?
Porque não diz o que quer dizer de uma vez.
E porque não vai direto ao ponto?
Porque precisam testar o limite de pessoas como eu.
Produto sem preço no supermercado! Nunca tem leitor de código por perto, agente podia ter o direito de levar de graça, certeza que davam um jeito.
Esperar... com fome então, definitivamente não me responsabilizo por meus atos.
O pedido chega primeiro na mesa que pediu por último... dá vontade de ir lá, pegar o pedido de volta, "desculpa gente, enquanto eu não comer, vocês também vão passar fome".
É justo, é muito justo, é justíssimo!
E o garçom fica de papinho com a moça do caixa enquanto eu treino todos os meus adjetivos  garçônicos possíveis; amigão, chefe, filho da mãe!!!
Imediatista, sou eu.
Brincadeirinha de criança também me irrita, tipo alguém que chega por trás e tapa os meus olhos com as mãos, "adivinha quem é?..." (não enfraquece a amizade vai).
Ou fica cercando de propósito impedindo que eu passe, eu dou um passinho pra direita o infeliz vai também, pra esquerda, tá ele lá, a vontade é de dar um soco logo pra ver se ele cai e eu consigo seguir meu caminho.
Não gente, eu não estou de tpm, e também olha, nós mulheres temos o direito, tpm é só o período de alguns dias por mês, em que agente se comporta como os homens se comportam o ano inteiro. Já estou  ficando irritada só de pensar em tudo isso, o post já está ficando muito, muito grande, então, prometo abrir com este, uma série, assim eu desabafo e vocês se identificam a cada novo episódio...


Kelly Rodrigues.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Idiotice = felicidade




Li outro dia a seguinte frase: A idiotice é essencial para a felicidade.
Adorei! O texto que se seguia incentivava-nos a nos divertir com nossos próprios vexames, a assumi-los mesmo. Então pronto, resolvi obedecer.

O que é a vergonha? Bochechas vermelhas, vontade de sumir de repente, frio na barriga, reação sem-graça, e aquele riso acanhado tentando disfarçar tudo. Normal, saia justa esta, que visto quase todos os dias, devido a muito mais que somente um comportamento distraído e desastrado, não, é muito pior, é uma lesera, quase que absoluta.

Mania de não pensar direito antes de abrir a boca, falar a coisa errada, na hora errada, para a pessoa errada. Essa sou eu gente, entre micos e king-kongs tenho uma coleção repleta das mais diversas situações constrangedoras. Vítima do azar mesmo, ou da atração fatal que tenho pelas gafes.
Pois bem, a história que vou contar é uma delas.

Outro dia me assustei, distraída com o final de um filme me atrasei para o culto de domingo, já eram 18h30min e o culto começa 18h30min eu já devia estar lá.
Corri para um banho relâmpago, vesti qualquer roupa, passei só um batonzinho e fui. Demorei sossegar a agitação da correria, mas consegui me concentrar.

Ufa. No finalzinho já do culto, encasquetei que a senhora no banco de trás cochichava alguma coisa sobre mim, olhei de rabo de olho, ela fazia uma cara estranha, apertava os olhos como quem quisesse enxergar direito, devia estar me achando parecida com alguém pelo jeito, sei lá. Cochichou de novo, já fiquei irritada, ela ficou inquieta, já não prestava atenção no culto, nem eu, parecia que hesitava em me dizer alguma coisa.
Deve estar querendo lembrar-se de onde me conhece, pensei. Eu nunca vi mais gorda, mas também nem posso confiar na minha memória... Vamos acabar logo com isso, Arquitetei um plano, resolvi olhar para trás e sorrir, assim ela toma coragem e fala logo de uma vez.

Deu certo, eu olhei, sorri, ela sorriu de volta e desabafou: “Moça, tem uma coisa estranha nas suas costas, o que é isso?” Falou já passando a unha, despregando alguma coisa de mim, olhou rapidamente o objeto sem identificar e me entregou.

Puts, o finalzinho do sabonete bege, com perfume de amêndoas, do tamanho de uma rodela de limão, ficou pregado nas minhas costas, secou e virou um grude branco esquisito, amassado, parecia uma deformação ou coisa parecida.

Peguei aquilo e nos primeiros segundos fiquei confusa, depois que percebi, caí na risada, na correria do banho, nem percebi nada. A família inteira atrás de mim queria desvendar o mistério, mas eu só ria, como vou explicar? Fiquei vermelha, roxa, pensava em tomar fôlego e dizer alguma coisa, mas só de imaginar caia na risada de novo.
O marido do lado também sem entender, aproveitei que todos se levantaram para a oração e sai de fininho ainda com crise de riso, fui pro banheiro, tirei o resto de sabonete que ficou e esperei o final do culto.Eles que fiquem sem saber...
Eu é que penso...topei com a senhora na saída da igreja e ela indiscretamente disparou:”Era sabonete nééé?!”(mangando de eu) e eu achando que ia escapar, ah, mas já tava lascado mesmo... “Era tia, ( me vinguei, chamei ela de tia) era sabonete, tomei banho ás pressas, o sabonete tava no fim, não deu tempo de pegar outro, ele grudou nas minhas costas e ficou lá distraindo a senhora a noite inteira.
Kkkkkkkk risada geral. Ah, eu nem conhecia a tia mesmo. Fui embora correndo, contei pro marido, ele incrédulo, ria sem parar, imaginando eu lá com o sabonete grudado o culto todo, me olhou com aquela cara “Você heim, não tem jeito”. Não perde a oportunidade de me lembrar sempre que eu sou tão higiênica que levo o sabonete pra onde for para o caso de precisar.
Aff, pelo menos ele e todo mundo riu muito, descontraiu, você também agora lendo o texto se diverte mesmo que sendo ás minhas custas. A idiotice é essencial para a felicidade, lembra?


Kelly Rodrigues.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Gente chique não é tão feliz como eu!


Ontem eu fui a uma festa de grandes empresários, desembargadores, políticos, gente da alta, e claro, longas cerimônias de homenagens, fotos históricas e demais formalidades.
Nem vou explicar como eu fui parar lá, mas, com toda certeza não estava em meu habitat natural. Fiquei sabendo da festa á tarde, meu marido ligou, disse que teríamos  um compromisso chique, uhu! Pintei as unhas, chapei o cabelo, peguei vestido emprestado, brinco emprestado, coloquei o scarpin preto básico, maquiagem, pronto, linda.
Difícil é ser linda e ir de moto. Puts, o vestido sobe, fico com as pernas de fora, o marido (de cara feia) tira o blazer e eu jogo por cima para cobrir.
Chegamos, seguranças na porta, recolhendo convites, o salão é lindo, todo decorado com galhos secos cobertos com flores e laços, espaços com sofás e pufs, tapetes felpudos, modelos de vestidos longos, sorridentes, contratadas só para dizer; "boa noite, sejam bem-vindos". Até o banheiro tem ante-sala com sofá. As mesas com toalhas sedosas, enfeites no centro, taças, tudo deslumbrante.
Mas o primeiro mandamento para festa chique é fazer cara de normal, (quase esnobe) pra tudo, não se deixar impressionar. Como se já estivéssemos habituados a todo esse requinte. Foi o que eu fiz. Facilmente camuflada em meio aos ricaços.
Nos sentamos, postura...e os garçons começaram a servir... água.
Lá vem outro, com uma jarra linda, com mais...água. Por isso que gente chique não tem desidratação.
E as horas passam, passam e a fome chega, e mais homenagem, plaquinha, medalha, discurso... e a fome derrota a cara de normal. Vem a cara de fome mesmo, olho em volta, todo mundo parece bem alimentado, ou melhores atores do que eu.
Música ao vivo, instrumental tocando chorinho, mpb, deu um sooonoo!
Olho para a porta da cozinha, até que em fim vejo bandejas com comida. Animei.
Para comer bem em festas assim agente tem que ter sorte ou boa intuição.
Nunca se sabe o que estamos comendo.
Ameixa recheada com queijo? Folhado de abóbora com pêssegos? Urgh !
Canapés; que torradinhas lindas, tão bem decoradas, tudo pequenininho, igualzinho. Como saber qual deles vale a pena?  Já estava com vergonha de perguntar com uma expressão de medo: "o que é isso?".
Festa de pobre não tem dessas coisas, coxinha, quibe, empada, esfirra; todo mundo sabe o que é, tem forma definida. Ah que saudade!
Chegaram com uma panqueca de frango ao molho branco, panqueca não, crepe. Ufa! Delícia, pena que a porção é tão pequena.
E agora que a festa começou a ficar boa, o povo começa a ir embora. Não sei se pobre é que gosta de ficar na festa até o fim, (para levar as sobras) ou se os ricos vão embora mais cedo para comer. Acho que as duas coisas.
Realmente alegria de pobre dura pouco, a satisfação mal se aproximou do meu rosto e do meu bucho e já teve que ser interrompida pelo fim da festa.
Melhor ir para casa, acho que eu não nasci pra ser chique.
Mas também, que negócio é esse, ser chique? Coisa mais besta!
Essa palavra existe afinal? Espera ai, vou procurar no Google...
Achei! Chique:  Glamuroso, requintado, charmoso.
Ah, tão superficial...Se me permitem gostaria de melhorar:
Chique: Pessoas extremamente educadas, sensatas, falam baixo, discretas, elegantes, éticas, bem-humoradas, gentis... Sem muitas frescuras e que comem comida de verdade!
Para mim ser chique não tem muito a ver com ter dinheiro ou apenas boa aparência, estar bem vestido, mas, também, e principalmente, ter um comportamento adequado, admirável, nobre. Se for assim, ainda há esperança, até porque “só me falta-me o gramour” que nada, kkkkkkkkkkkk eu sou chique 
 bem!




Kelly Rodrigues.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Coisas de Vó...

Minha avó é uma senhorinha negra, miúda, católica roxa, como se diz por ai dos fanáticos por futebol. Já com a saúde debilitada, quase não enxerga mais e anda com dificuldade. Como quase toda vó que se preze, tem um vocabulário caboclo, simples, repleto de adoráveis erros de português e palavras arcaicas que já não sabemos traduzir.
Já perdi as contas de quantas vezes por dia ela reza o tal do terço, até outro dia descobrir, que ela pula as bolinhas disfarçadamente de duas em duas, de três em três, na malandragem, para acabar mais depressa.
Ela sempre foi brava, sempre aparecia na hora exata em que eu executava um plano maligno. Eu amava ir pra casa dela, adorava roubar as laranjinhas que ela fazia para vender, sempre duvidava que ela fosse sentir falta, mas não é que ela contava uma por uma?
Agora, ela também já não ouve muito bem, na verdade, eu desconfio que ela tem uma espécie de audição seletiva; ouve só o que realmente lhe interessa. Heim???
Dorme sentada, agente fala; "vó, vai deitar na cama!" ela diz, "não tô durmindo, só tô descansando os olhos".
A memória também já falha, troca os nomes dos netos, esquece que almoçou, muitas vezes nos divertimos com as confusões que ela faz.
Também tive outra vó, esta já falecida, era menos puritana que a outra.
Quando eu era criança aprontava atrocidades e corria pra me esconder atrás dela, e ela mesmo depois de tanto me advertir que Deus não gosta de mentira, mentia sem pudor para me defender; colocava a culpa da "arte" no cachorro, no vizinho, ou assumia tudo. Soltava sempre aquela famosa frase de vó; "tadinha, ela é pequena!"
Quando meu pai me obrigava a comer verduras e legumes e eu sofria horas intermináveis, ela dava um jeito de raptar tudo do meu prato e comia ou jogava num vasinho de planta mais próximo.. Ela era a mais engraçada das vovós. Sempre ficava doente e sempre sabia de uma garrafada boa para o mal, uma raiz qualquer curtida no vinho branco, então se curava da doença e ficava tonta ao mesmo tempo.
Ela achava nojento beijo de língua, mas teve 12 filhos, um atrás do outro. rsrsrs (sem beijar?).
Quando começava a perder o controle dos netos, ela reunia todos e contava histórias de terror, até agente ficar tão apavorado, que não desgrudava dela, a seguíamos pela casa toda, agarrados na barra da saia.
Tem coisas que tem cara de vó, comida de vó; biscoito frito, pão de queijo....
Cheiro de vó, uma vó tinha perfume de alfazema, a outra cheirava  a leite de rosas.
As duas ficavam horas contando histórias de quando o mundo era menos violento, a palavra dos homens tinha valor, as moças eram mais recatadas, a vida era mais dura, mas, dava saudade.
Eu ouvia aquilo e tinha certeza absoluta, que preferia o mundo moderno de agora, mas, nem falava nada, melhor não interromper a nostalgia.
Ah, mas agora é que vem o troco. Eu mesma já envelheci para as crianças de hoje, a fita cassete, o vinil, o disquete, a datilografia, a tabuada, os desenhos e os programas que assistia, as músicas, as roupas, as gírias que estavam na moda...
Como vou explicar tudo isso?
Eles dirão de mim...coisas de vó!
Enquanto esse dia não chegar, melhor me atualizar num up-grade contínuo para não ser ultrapassada pela nova geração, melhor não confessar as antiguidades da minha infância, se eles não souberem, não poderão usá-las contra mim. E que o Renew me ajude a me camuflar entre os jovens por mais alguns anos.
Ai que medo........


Kelly Rodrigues.

sábado, 25 de setembro de 2010

Inteligência Artificial



Não, não vou fazer uma piada sem graça sobre as coitadas das loiras . Apesar de adorar a música do poeta O Pensador, tenho que concordar com o finalzinho dela que diz que a burrice em si não tem ligação com a cor do cabelo, tem loira burra, morena, ruiva...loiros burros aos montes por aí...

Mas, então você me pergunta; Inteligência Artificial? É, é a última moda.
A beleza, poder, personalidade, não são mais requisitos suficientes para alguém ser bem-sucedido, na vida profissional, social, amorosa. Graças a Deus!!! Eu gosto de gente inteligente.
Cada vez mais as pessoas tem acesso á informação, desejam o conhecimento e apreciam, exigem a inteligência como atributo insubstituível.
Para mim, inteligência é uma capacidade mental que todos tem, uns mais do que outros claro. Mas, essa capacidade em si, não é lá grande coisa, tem que ser exercitada, desenvolvida, instigada. Alimentada com informação, conhecimento, leitura, tem que ser somada á sabedoria que é a arte de aplicar com eficiência tudo isso nas situações do cotidiano.
Como é agradável conhecer alguém inteligente de verdade, que tem boas idéias, se expressa bem, sabe enriquecer uma conversa, um discurso. Encanta.
Eu admito, invejo muitos cérebros ilustres por aí.
Mas, vejo sorrateiramente surgir uma nova pirataria com essa necessidade do "mercado".
Pessoas que decoram o nome do livro e do autor, passam os olhos rapidamente na contracapa, só para tentar passar esta imagem.
Gente que quer parecer inteligente, gente que parece inteligente, mas, não é.
Fico olhando as frases e os textos dos orkuts...(cada pérola).
Todos querem adotar uma filosofia. Copiam um pensamento piegas, exibem uma frase de placa de caminhão e fica lá exposto orgulhosamente do ladinho da foto. kkkkk
Nada contra citações não, eu adoro colocar frases de grandes pensadores. Mas, só dos bons, daqueles que eu acho que realmente merecem e que também tem alguma coisa a ver comigo.
Outra gafe terrível, são os que decoram palavras do dicionário. Gente, é forçar muito a barra, ridículo. Notei um ser outro dia, que tentava encaixar na conversa palavras difíceis, que a maioria não conhecia, esperava a cara de paisagem das pessoas e depois estufava o peito para explicar o significado.
Quem foi que disse que um bom vocabulário tem que ser carregado de palavras desconhecidas e difíceis? Basta ser bem compreendido, correto, simples. Pessoas realmente inteligentes, sabem conversar com todo tipo de pessoas, sabe adotar abordagens e linguagens diferentes. Aprendem com todos.
Estes intelectuais Made in China, são frágeis, desmontam com facilidade. São encurralados quando se exige deles mais do que estava previsto, mais do que o texto decorado que eles se esforçaram para apresentar.
Ninguém deve se apegar á ignorância, vamos lá, se esforcem então.
Eu prefiro os leigos humildes, mas inconformados, admiro quem tem humildade para dizer, eu não sei. Ou na pior das hipóteses, acho que tem um certo charme no óbvio. Porque tem gente que diz umas coisas tão óbvias que até parecem inteligentes. Em assuntos muito complexos o silêncio também é um escape perfeito para evitar o erro.
Pois bem, já tá avisado, comigo não cola. Pra mim Q.I. não é abreviação de "quem indica", hãm hãm, gênio original é gênio por merecimento.


Kelly Rodrigues.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Massa Cefálica


Estava aqui pensando comigo, pôxa vida, somos seres racionais, nós pensamos...
Na verdade temos esta capacidade, apesar de não exercitarmos o hábito. Cada vez mais nos poupamos do trabalho de pensar, de formarmos uma visão crítica, uma opnião. E o "eu acho", o "eu penso", é na verdade um plágio barato do que se divulga por aí. Perdemos assim nossa oportunidade de existir.
Quase todos os meios que nos influenciam, não permitem questionamentos, ou pior eu diria até que nós não queremos fazer as perguntas, e um dia, quem sabe, nós não saberemos mais. Engolimos os conceitos que a televisão, as revistas, a internet nos empurram goela a baixo. O que é realmente belo? Ser magra? Não, ter algumas partes avantajadas, ter cabelos lisos, compridos? Não, não, curtos. Mas qual cor mesmo?
Ah, a moda...estar na moda, ser igual a maioria, ser aprovado pela maioria, estar na média, ser medíocre. Seguir o padrão, mas quem mesmo definiu o padrão? Não queremos pensar nisso.
E o que tem valor? Ter ou  ser, eis a questão. Nossos valores estão...estão nada. Que valores? Quase todos foram lentamente sendo diminuídos, esquecidos. A família, o caráter, a compaixão, o patriotismo, a pureza, a fé. Não temos mais tempo, não temos mais vontade. Não pensamos mais nisso, só dizemos; hoje em dia é assim... Mas porquê? E isso é bom? Não pode ser mudado? Nossa geração não quer mudar mais nada, só aceitar, pacifistas demais, conformados demais, controlados demais.
Ouvi alguém dizer outro dia com o peito estufado; "Eu tenho livre arbítrio", será? (penso eu) rsrs
Porque o que eu vejo são pessoas que se deixam levar pela correnteza e ela nem é tão forte assim, ainda. Não pensamos mais, não lemos, os livros nos fazem pensar, na televisão o pensamento já vem pronto... Em quase todas as causas importantes, que tem o poder de definir o nosso hoje e o nosso amanhã,  nós não nos envolvemos, não sabemos o que dizer, não conhecemos o assunto ou não nos interessamos por ele. Então não teremos o direito de protestar.
Tenho a fama de questionar demais, de ser rebelde porque não concordo com tudo, por querer definir e defender minha opinião. Pelo menos não é aquela velha opinião formada sobre tudo (peguei emprestado) Quando ouço boa música, quando leio um bom livro, quando vejo algo inteligente criado por alguém, eu penso: eu quero ser assim, alguém criou isso, eu quero pensar, quero analisar todos os pontos, quero chegar a uma conclusão, ou á várias. Quero ter orgulho de gritar; eu penssoooooo!
Talvez por isso eu goste tanto de reticências, é, aqueles lindos três pontinhos que agente coloca no fim das frases e que deixam uma idéia de algo mais entende? Já é um pequeno desafio para que as pessoas concluam o pensamento, decifrem a intenção.
Quem você é, como você é, qual é a sua opinião? Pense!!!
Me assusta pensar que o ser humano só usa uma pequena parte de seu cérebro. Estaríamos nós num processo de emburrecimento? Gente, minha massa cefálica não pode ocupar um espaço ocioso aqui embaixo dos meus longos fios negros não tão lisos assim...


Kelly Rodrigues.



Quando Escrevo...

Observar as pessoas, e observar a mim mesma, me dá inspiração para escrever.
Eu gosto de tentar decifrar o que acontece á minha volta. Gosto de ler as pessoas, de ficar quietinha e prestar atenção; ao olhar, a linguagem corporal, ao tom da voz. E eu tenho também, além da boa observação, uma ótima intuição, (eu acho).
Nenhum poder sobrenatural não, mas, geralmente eu acerto, sinto qual é a intenção das pessoas, o jeito de cada um. Eu gosto de identificar nelas o humor; de quase tudo nesta vida, dá pra rir, eu acho. Acho que o riso deixa os problemas mais fáceis, deixa agente mais leve, relaxa, conforta, por isso faço questão do humor.
Tenho alguns requisitos nos meus textos, escrevo criticando, trazendo á tona assuntos que devem ser discutidos, refletidos. Tentando também fazer com que as pessoas se despertem com a leitura, pensem no assunto, mas que também se divirtam com ele.
Gosto de ver as pessoas quando estão lendo. Eu sempre faço um teste assim, fico olhando com expectativa, como elas reagem... Elas começam a ler com uma expressão curiosa, tentando ainda saber do que se trata, lêem a introdução, aí balançam a cabeça negativamente rindo, como quem pensa; "só você mesmo" ou positivamente dizendo sem palavras; " é mesmo!". Ficam pensativas, entendendo a moral da história, depois comentam..."eu também (alguma coisa qualquer)" ou "eu conheço alguém"... Aí então eu sinto a missão cumprida, eu consegui mexer com alguém na medida que eu planejava.
Me sento para começar, estralo todos os dedos das mãos, estico os braços... ah, como é boa a sensação. A folha em branco, na tela do word, é tão promissora, tão desafiadora. rsrsrs
E eu valorizo os detalhes, de acender reflexões que ninguém nota, de conversar sobre hábitos do cotidiano. O comum é interessante, é engraçado, e as pessoas se identificam.
Quando escrevo, me deixo também ser observada, fico exposta. Deixo as pessoas conhecerem um pouco de mim, como penso, corro o risco da reprovação. Os textos são como filhos, tenho ciúmes, um certo egoísmo, e ao mesmo tempo orgulho, um desejo de que cresçam e cumpram seu propósito.
Quando escrevo eu me reinvento, me analiso, me realizo.

Kelly Rodrigues.