sábado, 10 de novembro de 2012

Carol.


Não tem ninguém no mundo que saiba mais, que me entenda mais...
E que repita tanto em tantas conversas: Eu também!
Adoro seu jeito de simplificar tudo e de resumir toda desgraça numa piada.
Sinto-me á vontade com você, mais do que com qualquer pessoa no mundo, você entende sem precisar de explicações e eu posso ser eu mesma, porque além e apesar do que eu disse, você consegue compreender o que eu quis dizer.
A afinidade que temos desenvolveu ao longo dos anos um pacto, que me deixa segura para contar segredos e confiar sentimentos que ninguém mais sabe. Eu não sei o que faria se não tivesse você para recorrer porque mesmo tão longe, você é a pessoa mais próxima de mim, ás vezes a única.
Quando as coisas ficam mais difíceis, eu me lembro da sua coragem, ou da teimosia que te faz sempre ir em frente.  O valor que você tem na minha vida é que me faz ter vontade de entrar numa briga feia com qualquer pessoa que te faça mal ou de me teletransportar só para te dar um abraço. Eu desejo muitas e muitas vezes ter esse poder e eu sei que é recíproco.
Eu penso que você ficar tanto tempo sozinha é desperdício para o mundo, kkkkkkkk  companhia mais divertida impossível, queria tanto estar perto... As conversas mais inúteis que temos são uma porção de alegria indispensável para os meus dias.
 Temos quase os mesmos defeitos, revezamos assim no ponto exato para ser equilíbrio na vida uma da outra. Obrigada, obrigada por cada oração e conselho, por cada verdade que ás vezes preciso ouvir.   
Você tem um temperamento terrível, obrigada pela solidariedade nisso. Tem um coração intenso como um vulcão, nunca gostei de passividade.
  
Eu te amooo!!!


Feliz Aniversário!

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Etiquetas.



Adquiri uma técnica de sobrevivência social que eu chamo de seleção intuitiva. Quando conheço uma pessoa, eu a classifico utilizando de maneira muito útil, uma caixa imaginária de etiquetas e limites. Se me pareceu boa pessoa, se não muito amigável, se interessante, se suportável, se faz rir ou irritar, mas não é de todo pré-julgamento é um processo com vários níveis de avaliação e nele, devagarzinho eu confirmo ou desfaço as primeiras etiquetas, substituo-as com prazer se de alguma forma me enganei a princípio.

Admito ser uma tática defensiva, ah é sim, depois de algumas vezes ter a cara em cacos pelo chão. Por isso ainda tenho a tendência de ouvir minhas intuições, mas de questioná-las também, temo julgar e perder uma boa oportunidade, um bom amigo, porém ainda sinto que nas relações humanas observar é tudo; o olhar, as palavras, o tom de voz, o sorriso, as atitudes e mesmo as intenções por trás delas. A expectativa não é dificultar o acesso, mas valorizar o espaço. O desejo é trazer pra perto, enquanto também estou a caminho, a confiança define o avanço da conquista.

O conhecer é mútuo, e um risco constante, quanto mais perto mais evidente fica a alma. E a técnica, o tal processo de avaliação, talvez até possa parecer um tanto arrogante, mas é na verdade quase covarde e eu diria acima de tudo que é prudente. Mas infelizmente não é infalível porque as pessoas não são exatas e as situações não são previsíveis. Com o passar do tempo percebi que não se trata de avaliar as pessoas como boas ou más, não acredito que possa haver essa definição.

Mas cada relacionamento exige uma aliança e nem sempre ambas as partes estão dispostas a assumi-la no mesmo nível de compromisso e de lealdade, assim é quase inevitável surgir um diagnóstico de decepção e mesmo com todo o cuidado metódico do processo, consigo ainda me entristecer quando acontece.

A palavra confiança vem do latim “com fides”; com fé. Depende mais dos afetos do que da lógica, mais do espírito que do cérebro, é o elo que une as pessoas e desfaz as reservas.  Confiar é crer na moral, na sinceridade, ter esperança, dar crédito, dizer sim sem hesitar. É o tempero que dá leveza as relações e sem ela nada se pode construir.

Quando tenho fé em alguém, dou um pedaço de mim que revela as qualidades e os defeitos, as virtudes e as falhas, sem direito de pegar de volta. O perdão é necessário, nenhuma mágoa vale à pena e o perdão mais do que por consideração ao outro, é requisito básico de amor próprio, liberta. Mas se a confiança é quebrada, se a aliança é desigual ou rompida mesmo depois do perdão, aquele pedaço mesmo que pequeno sempre vai fazer falta.

"A verdade é que todo mundo vai te machucar, você só tem que escolher por quem vale a pena sofrer." Airton Senna.


Kelly Rodrigues.

quinta-feira, 7 de junho de 2012


 O amor é um perigo!

"Não existe um investimento seguro. Amar é ser vulnerável. Ame qualquer coisa e seu coração irá certamente ser espremido e possivelmente partido. Se quiser ter a certeza de mantê-lo intacto, não deve dá-lo a ninguém, nem mesmo a um animal. Envolva-o cuidadosamente em passatempos e pequenos confortos evitem todos os envolvimentos, feche-o com segurança no esquife, ou no caixão do seu egoísmo. Mas nesse esquife, seguro, sombrio, imóvel, sufocante, ele irá mudar. Não será quebrado, mas vai tornar-se inquebrável, impenetrável, irredimível. O único lugar fora do céu onde você pode manter-se perfeitamente seguro contra todos os perigos e perturbações do amor é o inferno."
C. S. Lewis

Não conheço definição melhor e mais clara sobre a prática do amor, do que esta de C. S. Lewis. Amar é mais que um risco. É impossível amar e não sofrer danos, perdas, decepções, ser gravemente ferido, uma vez, duas, incontáveis. Mas nós somos convidados a amar, ordenados a amar.

 Tivemos exemplo inspirador quando fomos amados por Cristo e Ele amando-nos sofreu todas as implicações possíveis que Paulo descreveu em I Coríntios 13, assim como foi o único capaz de viver sua plenitude. E nós lemos este texto como quem lê um lindo poema romântico; “tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” e na verdade ele é um convite ao martírio.

A verdade é que somos imperfeitos, diante de Deus, para nós mesmos e somos imperfeitos uns para os outros. E amar o próximo como a mim mesmo, seja amor de amigo, de pai e mãe, de filho, de homem e mulher, é amar o imperfeito e o imperfeito erra, mesmo e principalmente quando também ama.

Nós também imperfeitos, criamos expectativa do outro igualmente proporcional á nossa carência e necessidade, como quem espera uma última peça que encaixe perfeitamente ao quebra-cabeça, mas a figura nele fomos nós que criamos e muitas vezes nem sabemos como ela é.

Aceitar a disritmia é difícil, nós criamos o padrão e ninguém nunca vai correspondê-lo.
A conclusão é que somos ordenados a amar, e a amar muito, amar a todos e com grande intensidade. Por quê? Porque se reparamos bem, quanto maior é o amor, menos exige padrão e maior é a disposição para perdoar.  Mais uma vez o exemplo é a amor de Deus, que nos ama não pelo que nós somos, mas apesar do que somos.

Assim amando, vez ou outra haverá dor, amaremos mais do que deveríamos ou menos, recebendo pouco ou nada de volta e sem direitos a requerer. O amor não é seguro, não é investimento é doação. Contudo, ainda escolho o amor.  Sem amor, de que vale a vida? Que sabor ela tem? Amem os que tiverem coragem suficiente. Porque no amor não há medo, antes o perfeito amor lança fora todo o medo.


Kelly Rodrigues.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

For you!!!


Quando ela nasceu era o bebê mais lindo do mundo! Sempre teve carinha de anjo e cabelos encaracolados de um tom castanho dourado. E a gente dizia que ela era loira porque era adotada, ela chorava e minha mãe abraçava desmentindo...

Eu sofri incontáveis injustiças porque ela era a caçula e todo mundo superprotegia.

Fui irmãe, eu a levava pra escola, fazia o lanche, ajudava no dever de casa e ela passava sorrateiramente para a minha cama no meio da noite quando estava com medo ou quando chovia. Eu a distraia fazendo tranças na franja do cobertor.

Ela assistia desenho comendo milhopã, como se fosse a melhor refeição do mundo, sempre dormia no sofá, lutando contra o sono. Usou por meses seguidos o tal do tênis de luizinha, não importava se combinava ou não com a roupa.

Eu dei pra ela todas as minhas barbies que cuidei com tanto amor, ela cortava o cabelo delas curtinho e desenhava nos braços com caneta bic, possivelmente já uma previsão do visual loiro Chanel e todo tatuado que tem hoje.

A caligrafia dela é quase igual a minha, escrita de fôrma, bem pequenininha até confunde, mas não mais que a voz, ao telefone engana qualquer um.

Sempre dormimos no mesmo quarto e conversávamos e ríamos até de madrugada, até hoje eu morro de saudade de fazer isso. Eu a acordava cantando Don´t cry for me Argentina em tom agudo estrondoso, ela cobria os ouvidos com o travesseiro, mas eu insistia até vê-la descendo as escadinhas do beliche. 

Brigávamos por tudo, pelas tarefas de casa, pelas roupas e para decidir qual canal assistir.

E ela cresceu, eu a chamo de feia, mas ainda acho a coisa mais linda do mundo.
Tem um temperamento terrível, pouco juízo, é briguenta, impulsiva, mas é doce, leal e carinhosa. Faria qualquer coisa para defendê-la, mas ela nem precisa mais, já sabe fazer isso sozinha.

Assim, minha irmã, pitanga do meu coração, meio azeda, meio doce.Tem meu sobrenome, meu sangue e todo o meu amor...
Saudade demais! 



Kelly Rodrigues.


terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Manias e maluquices.


Eu só durmo com o lençol esticadinho, se amassar eu me levanto só para arrumar, e a porta do armário tem que estar fechada, senão eu começo a imaginar que estou sendo observada por algo lá dentro. 

Acordo ás 3 da manhã para beber água, todos os dias,claro que não me levanto, eu peço repetindo a receita; metade gelada metade natural.

Tenho mania antes de dormir, de coçar os olhos esfregando com as duas mãos é uma cena assustadora. E tenho que lavar os pés também, mesmo que tenha acabado de tomar banho.

Sou viciada em descongestionante nasal, dependência grave, já fica embaixo do travesseiro, falando nisso eu tenho dois, em um encosto a cabeça e o outro eu abraço.

Incomoda-me muito um tapete torto ou com a ponta dobrada. 
Saio também arrumando tudo por ordem de tamanho ou de cor e tenho vontade de fazer isso nas casas das pessoas, mas não chega a tanto, é TOC eu sei, mas é um caso moderado...

Eu nunca me lembro o nome de ninguém, e pior, associo o rosto á um nome que eu acho que combina com a pessoa e coloco toda minha confiança nisso, o que me fará chamar a Maria de Gabi e o João de Eduardo.

Tenho certeza que ainda não inventaram nada melhor para prender o cabelo que caneta bic, então eu desapareço com as tampas de todas elas e é comum encontrá-las no banheiro, no sofá, ou do lado da cama.

Como pão-de-queijo com margarina e alho. Leite só gelado e tem que ser puro ou com mel. Uma das coisas que eu mais gosto de comer no mundo inteiro são aquelas batatas fritas fatiadas que vendem naqueles carrinhos com estufa de vidro. Ah, adoro!

Eu tenho um padrão para o tomate no vinagrete, tem que ser bem maduro e picado bem pequenininho, aliás, eu tenho um padrão para quase tudo que vou comer, tenho um estômago seletivo e cheio de frescuras, por isso eu prefiro cozinhar.
                                                                                                                         
Tenho medo de filmes de terror ,sou do tipo que encolhe os pés, grita de susto, taquicardia e tudo. Choro á toa, choro de saudade, choro de raiva, de tristeza, e principalmente quando não tenho motivo nenhum.

Tenho mania de escrever repetidamente meu nome e treinar assinaturas diferentes em qualquer pedaço de papel. Quando tenho crise de riso, isso acontece nos lugares e situações mais improváveis e demora, demora passar.

Quando caminho por uma calçada, não gosto de pisar nas linhas de divisão. Desespera-me época de natal, porque sei que as pessoas vão fazer decorações com vários pisca-piscas e as luzes vão estar descoordenadas.

Se alguém me contar uma mania ou um hábito e eu achar lógico, eu copio pra mim e passo a usar. Agora sempre que abro uma lata de sardinha, tenho que tirar aquela coluninha que fica no meio e me certificar que limparam direitinho. Essa eu copiei. Também não como algodão doce de saquinho, porque acho que eles sopram pra encher de ar, eca, essa eu copiei também.

Não é só isso, a lista de manias, rituais, preferências e maluquices é grande, mas já contei muita coisa, não quero assustar, por enquanto é só pessoal. 

Essas são as letrinhas pequenas, que só via quem estava perto o suficiente, quem já tinha assinado o contrato. Agora que publiquei este texto, todos sabem, mas não me importo, se de médico e louco todo mundo tem um pouco, eu nunca tive mesmo nenhum talento para medicina...



Kelly Rodrigues.


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012



O que seria da convivência humana, se não fosse a censura? Ah, a censura não foi só uma lei opressora nos tempos da ditadura. Não, nós temos ainda essa censura da ética, e ela é boa, mas é chaaata, difíiicil...


É ela que nos faz pensar duas vezes antes de dizer o que pensamos e sentimos.  Faz-nos desistir daquela resposta mais sincera, que vem no pensamento como um relâmpago, mas, que nós substituímos rapidamente por algo mais sensato e só então liberamos as palavras.

Ah, vamos confessar, todo ser humano normal, tem essa dupla personalidade, você não? Para manter o padrão de civilidade temos sim, que anular muitos dos nossos instintos e impulsos. No meu caso, quase todos.

Não que eu seja contra essa seleção, na verdade eu até entendo que ela é um produto da maturidade. Mesmo que, por várias vezes eu tenha me divertido com a idéia, de dizer tudo que tenho vontade, sei que isso certamente seria desastroso.

Cada pessoa tem um botão específico que aciona a intolerância. A irritação não tem causa comum, uma coisa pode irritar alguém e não fazer nenhuma diferença no humor do outro, o que piora o quadro geral e diversifica a insanidade.

 Nós não expressamos as reações instantâneas que temos, aprimoramos uma habilidade teatral de disfarçar quase tudo que sentimos e pensamos. Um dom que sei lá se é natural ou adquirido.

Reprimimos nossos instintos verbais, formatamos num instante a expressão, oferecendo um semblante sereno e palavras amáveis. E para onde vai a essência? Ela morre, ela muda ou se acumula em algum lugar? Estaria planejando um retorno triunfal?

O importante é ser sincero... Mas, será que alguém sobrevive?
A mentira afasta as pessoas, mas a verdade absoluta as une? Se agente diz a verdade nada mais que a verdade, sei não...Tudo que cala, diz muito mais sobre nós do que aquilo que falamos realmente.
E agora? Ser ou não ser...

Literalmente da boca pra fora somos lordes e ladies, graduados em boa educação.
Lá dentro escolhemos pra onde vai o discurso censurado: Editar, arquivar ou deletar?
Rápido, deleta, deleta, deleta...
Ainda bem que não temos o poder de ler as mentes uns dos outros. Ainda bem que onisciência só tem quem pode e sabe lidar com ela...







Desta simpatia de pessoa que vos fala:
KELLY RODRIGUES.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Desejo Crônico.

Perdem-se os meus pensamentos, construindo imagens do que eu desejo.
Fazem planos, reproduzem o sentimento de possuir, o gozo de enfim conquistar. 
De olhos fechados a mente pinta um quadro de belas imagens em cores vivas.
 

O desejo me faz estender os braços e os dedos, tentando alcançar o que não existe, o que eu construi de brisa e de sonhos.
O desejo, o anseio pelo que não tenho, não posso ter, ou penso não ter.
O que me move e me cega ao mesmo tempo, como uma miragem que enxergo ao longe e que nunca chega.

Desejo antigo, mente a força que tem, vai e volta sempre latente, persistente, assume o controle, o tira de mim. Inventa uma urgência, me convence e eu me distraio nela.
 Odisséia que me rouba o tempo, que me rouba o juízo e o sossego.

E alimento o desejo enquanto deixo perecer o que é real.
Insisto em não reparar no que tenho, desperto em mim insatisfação constante e injusta.
 Crio a ilusão, sigo em busca dela, mas como um toque em bolha de sabão, se desfaz.
 E a vaidade vai adiando a conclusão do engano e acovardando o despertar.

Até que agarro um súbito de sobriedade e sensatez que passava por mim.
 Percebo que toda desilusão afinal é mesmo, uma visita necessária da verdade.
Não há razão alguma em estagnar a própria vida, para olhar para um quadro, por mais encantador que ele seja. 

Mas quanto maior o desejo, maior dependência tenho do objeto.
Em que negá-lo é inútil, porém a consciência do seu mal não reduz sua força.
E se todo vício é vencido com a decisão contínua de resistir a ele, desejo que este desejo morra em mim ou que se cale, ou que eu consiga ignorar o seu chamado.

Sou na verdade eu a vilã e não o desejo, este é vulnerável, assume a forma que a minha alma imprime e requer. 

Desejo ter bons desejos, que sejam nobres, e que sejam poucos.
Que preservem a liberdade e a razão.
Que anseiem pelo que faz bem, pelo que dá certo e é certo. 





Kelly Rodrigues.