quinta-feira, 7 de junho de 2012


 O amor é um perigo!

"Não existe um investimento seguro. Amar é ser vulnerável. Ame qualquer coisa e seu coração irá certamente ser espremido e possivelmente partido. Se quiser ter a certeza de mantê-lo intacto, não deve dá-lo a ninguém, nem mesmo a um animal. Envolva-o cuidadosamente em passatempos e pequenos confortos evitem todos os envolvimentos, feche-o com segurança no esquife, ou no caixão do seu egoísmo. Mas nesse esquife, seguro, sombrio, imóvel, sufocante, ele irá mudar. Não será quebrado, mas vai tornar-se inquebrável, impenetrável, irredimível. O único lugar fora do céu onde você pode manter-se perfeitamente seguro contra todos os perigos e perturbações do amor é o inferno."
C. S. Lewis

Não conheço definição melhor e mais clara sobre a prática do amor, do que esta de C. S. Lewis. Amar é mais que um risco. É impossível amar e não sofrer danos, perdas, decepções, ser gravemente ferido, uma vez, duas, incontáveis. Mas nós somos convidados a amar, ordenados a amar.

 Tivemos exemplo inspirador quando fomos amados por Cristo e Ele amando-nos sofreu todas as implicações possíveis que Paulo descreveu em I Coríntios 13, assim como foi o único capaz de viver sua plenitude. E nós lemos este texto como quem lê um lindo poema romântico; “tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” e na verdade ele é um convite ao martírio.

A verdade é que somos imperfeitos, diante de Deus, para nós mesmos e somos imperfeitos uns para os outros. E amar o próximo como a mim mesmo, seja amor de amigo, de pai e mãe, de filho, de homem e mulher, é amar o imperfeito e o imperfeito erra, mesmo e principalmente quando também ama.

Nós também imperfeitos, criamos expectativa do outro igualmente proporcional á nossa carência e necessidade, como quem espera uma última peça que encaixe perfeitamente ao quebra-cabeça, mas a figura nele fomos nós que criamos e muitas vezes nem sabemos como ela é.

Aceitar a disritmia é difícil, nós criamos o padrão e ninguém nunca vai correspondê-lo.
A conclusão é que somos ordenados a amar, e a amar muito, amar a todos e com grande intensidade. Por quê? Porque se reparamos bem, quanto maior é o amor, menos exige padrão e maior é a disposição para perdoar.  Mais uma vez o exemplo é a amor de Deus, que nos ama não pelo que nós somos, mas apesar do que somos.

Assim amando, vez ou outra haverá dor, amaremos mais do que deveríamos ou menos, recebendo pouco ou nada de volta e sem direitos a requerer. O amor não é seguro, não é investimento é doação. Contudo, ainda escolho o amor.  Sem amor, de que vale a vida? Que sabor ela tem? Amem os que tiverem coragem suficiente. Porque no amor não há medo, antes o perfeito amor lança fora todo o medo.


Kelly Rodrigues.